Terceiro Capítulo
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Terceiro Capítulo
Cena 01 – RUA POUCO MOVIMENTADA, Morro do Alemão.
Quando Simone abre o vidro Fernando fica boquiaberto e deixa seu capus cair.
SIMONE – Você?
FERNANDO – Você está me perseguindo, só pode.
SIMONE – Eu não, estou aqui a trabalho voluntário. Aliás, você deveria arrumar um rumo para sua vida.
Simone acelera e quase atropela o trio.
FERNANDO (pensando) – Nossa. Ela é mais bonita que eu parece.
ROBERTO – Fernando?
LUIZ – Acho que ele está apaixonado.
Trio cai na risada.
FERNANDO – Muito engraçado vocês, hein?
Cena 02 – CASA DA FAMÍLIA DE SIMONE, Barra da Tijuca.
Ludicléia volta da padaria com seus pãezinhos e encontra Carlos Eduardo a esperando na cozinha.
CARLOS EDUARDO – Demorou, hein? Padaria fica tão longe assim?
LUDICLÉIA (toda contente) – Desculpe.
Sem falar nada, a caseira começa a preparar seu pão para comer, mas é interrompida violentamente por Carlos Eduardo.
CARLOS EDUARDO – Você não vai comer nada disso agora. Espere até amanhã.
LUDICLÉIA – Mas...
CARLOS EDUARDO – Verdade até amanhã é pouco, até semana que vem...
LUDICLÉIA – Não, não faça isso, por favor.
CARLOS EDUARDO – Então não reclama.
Cena 03 – PRAÇA DA SAUDADES, Barra da Tijuca.
Pedro estava com alguns maconheiros até que vieram alguns traficantes cobrar dele.
TRAFICANTE – Ei, você. Cadê a grana que você tá me devendo?
PEDRO – Eu não tenho como arrumar agora, cara.
TRAFICANTE – Hm. E o que eu faço com você? Deve grana para mim é sinal de perigo.
PEDRO – Me dá mais um prazo.
TRAFICANTE – Amanhã, 21h me encontre aqui com o dinheiro, se não quem vai pagar é sua família e depois, você.
PEDRO – Tranquilo.
Renata chega na hora.
RENATA – Quanto meu irmão tá te devendo?
TRAFICANTE – Olha a irmãzinha do playboy. Toda produzida, hein? Dinheiro é o que não falta.
PEDRO – O que você está fazendo aqui?
RENATA – Vim lhe levar para casa, “bebê”.
Todos começam a rir.
TRAFICANTE – “Bebê” hahahaha own bebezinho.
PEDRO – Me deixa em paz.
Pedro sai de lá.
RENATA – Quanto é?
TRAFICANTE – 500 paus.
RENATA – Tome aqui. Agora deixe meu irmão em paz.
Renata vai atrás de Pedro.
RENATA – Ei.
PEDRO – O que você quer?
RENATA – Conversar.
PEDRO – Pra quê?
RENATA – Me ouve. A mamãe te criou a vida inteira, e agora preciso de sua ajuda para cuidar dela. Por que entrou nesse caminho?
PEDRO – Minha vida é essa, não vocês.
RENATA – Você acha bom ficar aqui, dormindo na rua, quase sempre sem ter o que comer?
PEDRO – Dinheiro não é tudo na vida.
RENATA – Você não tem idade para isso.
PEDRO – Não é você que decide.
RENATA – Você é louco. Sabe que pode ir para casa, tanta coisa melhor para se viciar, você vai se viciar na pior das coisas. Enfim, tchau.
PEDRO – Vaza.
Renata vai indignadamente para casa.
Cena 04 – CASA DE FERNANDO, Morro do Alemão.
Já é noite, e Fernando chega exausto em casa.
NEIDE – Oi, filhote!
FERNANDO – Mãe, to exausto.
NEIDE – O que você aprontou hoje?
FERNANDO – Ah, nada. Hahaha. Ficamos passeando sobre o bairro.
Nesse momento Dirceu e Nicolau acabam de chegar em casa.
NEIDE – Como foi o primeiro dia de trabalho no bar?
DIRCEU (bêbado) – Ah. Foi tranquilo.
NICOLAU – Sim, tudo tranquilo.
NEIDE (desconfiada) – Hm. Então tá.
Cena 05 – CASA DE ROBERTO, Morro do Alemão.
MANOELA – Oi, meu amor.
ROBERTO – Manu.
MANOELA – Como foi seu dia rebelde?
ROBERTO – Muito bom. Amor, quero ir viajar com você.
MANOELA – Que? Viajar? Adoraria. Mas e o Gustavo e a Isabel?
LUIZ (entrando de fininho) – Podem ir tranquilo, eu cuido dos garotos.
ROBERTO – Ae amigão, sabia que você não ia recusar.
MANOELA – Agradecemos muito, Luiz.
LUIZ – Fique tranquila, Manoela. Eu e o Fernando vamos nos divertir muito com eles.
ROBERTO – Mas tenham juízos perto de meus filhos, ouviu?
LUIZ – Ok, terei sim, senhor!
Manoela e Roberto dão um beijo de felicidade.
LUIZ – Ei, eu ainda estou aqui.
Todos riem. Quando Luiz vai embora, Roberto e Manoela vão ter uma noite de amor após botarem as crianças para dormirem.
Cena 06 – CASA DE SIMONE, Barra da Tijuca.
No jantar: Simone, Carlos Eduardo e Marilene.
SIMONE – Pai. Mãe. Tenho uma coisa a falar para vocês: estou organizando, junto com a Renata, uma ONG no morro do Alemão para ajudar as crianças mais carentes.
Marilene se levanta e aumenta o tom com a filha.
MARILENE – Como assim? Você no meio daquela probaiada vai manchar a imagem de nossa empresa.
CARLOS EDUARDO (puxando pelo braço) – Calma, mulher!
SIMONE – Pra que esse discurso preconceituoso todo? Era melhor ter ficado calada. Farei sim, e se não for com ajuda da empresa da família, será com outras.
Simone sobe, novamente, para o quarto.
CARLOS EDUARDO – Deixe de ser burra. Se a nossa empresa apoiar, nem que seja com uma miséria, poderemos usar isso para divulgar, e assim, ganharmos mais admiradores, gerando mais lucro.
MARILENE – E não tem uma outra forma de gerar mais lucros?
CARLOS EDUARDO – Não exagere, nem é tão ruim assim, né?
MARILENE – Ok.
Cena 07 – MORRO DO ALEMÃO
No outro dia, Simone e Renata visita o morro do Alemão e anda por suas ruazinhas.
SIMONE – Nossa, que lugar maravilhoso e movimentado.
RENATA – Pois é, amiga.
As amigas começam a receber mal olhares.
SIMONE – Nossa, porque estão olhando assim?
RENATA – Nem sei.
SIMONE (gritando) – Ei, galera. Escutem me um pouquinho.
Ninguém para suas atividades e ela acaba sendo ignorada.
SIMONE – Vai ser difícil.
RENATA – Relaxa. Vamos comer alguma coisa.
SIMONE – Vamos lá naquele bar do Tonhó.
Simone e Renata se dirigem para lá.
SIMONE – Olá.
DIRCEU (bêbado) – Olá, gatinhas. Vem sempre por aqui?
RENATA (sem graça) – Engraçadinho. Nós só queremos comer alguma coisa.
DIRCEU – Olha o cardápio lá. Faça a escolha a vontade.
Renata e Simone lancham no bar.
Cena 08 – SEDE DA JUNTY, Centro do Rio de Janeiro.
Patrícia participa de uma entrevista de emprego.
CARLOS EDUARDO – Próxima.
PATRÍCIA – Olá. Meu nome é Patrícia.
CARLOS EDUARDO – Onde já trabalhou, Patrícia?
Patrícia começa a falar e depois levanta sensualmente da cadeira e vai em direção a Carlos Eduardo.
PATRÍCIA (pegando Carlos Eduardo pela gola) – Se me contratar, não irá ter funcionária mais eficiente.
CARLOS EDUARDO – Opa, gostei dessa atitude.
PATRÍCIA – Isso não é nada pelo o que tem que vir.
CARLOS EDUARDO – Está contratada. Pode começar agora se quiser.
Carlos Eduardo vai até a sala de espera para entrevista e dispensa todos de lá.
PATRÍCIA (irônica) – Desculpe meus amores, tentem novamente mais tarde.
Todos saem de lá furiosos e comentando sobre isso.
Cena 07 – MORRO DO ALEMÃO
Saindo do bar dos Tonhós, Simone e Renata vão em direção a seus carros.
SIMONE – Nossa, já está escurecendo.
RENATA – Pois é. Passou rápido hoje.
As meninas são interrompidas por um grupo de meninos.
MENINOS – E aí, mocinha. Dá tudo pra nois.
SIMONE – Que? Tomem jeito.
MENINOS – Estamos falando sério.
Um deles mostra uma faca.
RENATA – Acho melhor passar.
Fernando passando lá por perto, vê a cena e corre para expulsar os meninos.
FERNANDO – Ei vocês ai, deixa as mocinhas em paz.
Um dos meninos, antes de sair, dá uma facada na barriga de Simone, que cai ensanguentada no chão.
RENATA (desesperada) – Simoooooooooooone.............. Socorro. Alguém ajuda aqui.
Quando Simone abre o vidro Fernando fica boquiaberto e deixa seu capus cair.
SIMONE – Você?
FERNANDO – Você está me perseguindo, só pode.
SIMONE – Eu não, estou aqui a trabalho voluntário. Aliás, você deveria arrumar um rumo para sua vida.
Simone acelera e quase atropela o trio.
FERNANDO (pensando) – Nossa. Ela é mais bonita que eu parece.
ROBERTO – Fernando?
LUIZ – Acho que ele está apaixonado.
Trio cai na risada.
FERNANDO – Muito engraçado vocês, hein?
Cena 02 – CASA DA FAMÍLIA DE SIMONE, Barra da Tijuca.
Ludicléia volta da padaria com seus pãezinhos e encontra Carlos Eduardo a esperando na cozinha.
CARLOS EDUARDO – Demorou, hein? Padaria fica tão longe assim?
LUDICLÉIA (toda contente) – Desculpe.
Sem falar nada, a caseira começa a preparar seu pão para comer, mas é interrompida violentamente por Carlos Eduardo.
CARLOS EDUARDO – Você não vai comer nada disso agora. Espere até amanhã.
LUDICLÉIA – Mas...
CARLOS EDUARDO – Verdade até amanhã é pouco, até semana que vem...
LUDICLÉIA – Não, não faça isso, por favor.
CARLOS EDUARDO – Então não reclama.
Cena 03 – PRAÇA DA SAUDADES, Barra da Tijuca.
Pedro estava com alguns maconheiros até que vieram alguns traficantes cobrar dele.
TRAFICANTE – Ei, você. Cadê a grana que você tá me devendo?
PEDRO – Eu não tenho como arrumar agora, cara.
TRAFICANTE – Hm. E o que eu faço com você? Deve grana para mim é sinal de perigo.
PEDRO – Me dá mais um prazo.
TRAFICANTE – Amanhã, 21h me encontre aqui com o dinheiro, se não quem vai pagar é sua família e depois, você.
PEDRO – Tranquilo.
Renata chega na hora.
RENATA – Quanto meu irmão tá te devendo?
TRAFICANTE – Olha a irmãzinha do playboy. Toda produzida, hein? Dinheiro é o que não falta.
PEDRO – O que você está fazendo aqui?
RENATA – Vim lhe levar para casa, “bebê”.
Todos começam a rir.
TRAFICANTE – “Bebê” hahahaha own bebezinho.
PEDRO – Me deixa em paz.
Pedro sai de lá.
RENATA – Quanto é?
TRAFICANTE – 500 paus.
RENATA – Tome aqui. Agora deixe meu irmão em paz.
Renata vai atrás de Pedro.
RENATA – Ei.
PEDRO – O que você quer?
RENATA – Conversar.
PEDRO – Pra quê?
RENATA – Me ouve. A mamãe te criou a vida inteira, e agora preciso de sua ajuda para cuidar dela. Por que entrou nesse caminho?
PEDRO – Minha vida é essa, não vocês.
RENATA – Você acha bom ficar aqui, dormindo na rua, quase sempre sem ter o que comer?
PEDRO – Dinheiro não é tudo na vida.
RENATA – Você não tem idade para isso.
PEDRO – Não é você que decide.
RENATA – Você é louco. Sabe que pode ir para casa, tanta coisa melhor para se viciar, você vai se viciar na pior das coisas. Enfim, tchau.
PEDRO – Vaza.
Renata vai indignadamente para casa.
Cena 04 – CASA DE FERNANDO, Morro do Alemão.
Já é noite, e Fernando chega exausto em casa.
NEIDE – Oi, filhote!
FERNANDO – Mãe, to exausto.
NEIDE – O que você aprontou hoje?
FERNANDO – Ah, nada. Hahaha. Ficamos passeando sobre o bairro.
Nesse momento Dirceu e Nicolau acabam de chegar em casa.
NEIDE – Como foi o primeiro dia de trabalho no bar?
DIRCEU (bêbado) – Ah. Foi tranquilo.
NICOLAU – Sim, tudo tranquilo.
NEIDE (desconfiada) – Hm. Então tá.
Cena 05 – CASA DE ROBERTO, Morro do Alemão.
MANOELA – Oi, meu amor.
ROBERTO – Manu.
MANOELA – Como foi seu dia rebelde?
ROBERTO – Muito bom. Amor, quero ir viajar com você.
MANOELA – Que? Viajar? Adoraria. Mas e o Gustavo e a Isabel?
LUIZ (entrando de fininho) – Podem ir tranquilo, eu cuido dos garotos.
ROBERTO – Ae amigão, sabia que você não ia recusar.
MANOELA – Agradecemos muito, Luiz.
LUIZ – Fique tranquila, Manoela. Eu e o Fernando vamos nos divertir muito com eles.
ROBERTO – Mas tenham juízos perto de meus filhos, ouviu?
LUIZ – Ok, terei sim, senhor!
Manoela e Roberto dão um beijo de felicidade.
LUIZ – Ei, eu ainda estou aqui.
Todos riem. Quando Luiz vai embora, Roberto e Manoela vão ter uma noite de amor após botarem as crianças para dormirem.
Cena 06 – CASA DE SIMONE, Barra da Tijuca.
No jantar: Simone, Carlos Eduardo e Marilene.
SIMONE – Pai. Mãe. Tenho uma coisa a falar para vocês: estou organizando, junto com a Renata, uma ONG no morro do Alemão para ajudar as crianças mais carentes.
Marilene se levanta e aumenta o tom com a filha.
MARILENE – Como assim? Você no meio daquela probaiada vai manchar a imagem de nossa empresa.
CARLOS EDUARDO (puxando pelo braço) – Calma, mulher!
SIMONE – Pra que esse discurso preconceituoso todo? Era melhor ter ficado calada. Farei sim, e se não for com ajuda da empresa da família, será com outras.
Simone sobe, novamente, para o quarto.
CARLOS EDUARDO – Deixe de ser burra. Se a nossa empresa apoiar, nem que seja com uma miséria, poderemos usar isso para divulgar, e assim, ganharmos mais admiradores, gerando mais lucro.
MARILENE – E não tem uma outra forma de gerar mais lucros?
CARLOS EDUARDO – Não exagere, nem é tão ruim assim, né?
MARILENE – Ok.
Cena 07 – MORRO DO ALEMÃO
No outro dia, Simone e Renata visita o morro do Alemão e anda por suas ruazinhas.
SIMONE – Nossa, que lugar maravilhoso e movimentado.
RENATA – Pois é, amiga.
As amigas começam a receber mal olhares.
SIMONE – Nossa, porque estão olhando assim?
RENATA – Nem sei.
SIMONE (gritando) – Ei, galera. Escutem me um pouquinho.
Ninguém para suas atividades e ela acaba sendo ignorada.
SIMONE – Vai ser difícil.
RENATA – Relaxa. Vamos comer alguma coisa.
SIMONE – Vamos lá naquele bar do Tonhó.
Simone e Renata se dirigem para lá.
SIMONE – Olá.
DIRCEU (bêbado) – Olá, gatinhas. Vem sempre por aqui?
RENATA (sem graça) – Engraçadinho. Nós só queremos comer alguma coisa.
DIRCEU – Olha o cardápio lá. Faça a escolha a vontade.
Renata e Simone lancham no bar.
Cena 08 – SEDE DA JUNTY, Centro do Rio de Janeiro.
Patrícia participa de uma entrevista de emprego.
CARLOS EDUARDO – Próxima.
PATRÍCIA – Olá. Meu nome é Patrícia.
CARLOS EDUARDO – Onde já trabalhou, Patrícia?
Patrícia começa a falar e depois levanta sensualmente da cadeira e vai em direção a Carlos Eduardo.
PATRÍCIA (pegando Carlos Eduardo pela gola) – Se me contratar, não irá ter funcionária mais eficiente.
CARLOS EDUARDO – Opa, gostei dessa atitude.
PATRÍCIA – Isso não é nada pelo o que tem que vir.
CARLOS EDUARDO – Está contratada. Pode começar agora se quiser.
Carlos Eduardo vai até a sala de espera para entrevista e dispensa todos de lá.
PATRÍCIA (irônica) – Desculpe meus amores, tentem novamente mais tarde.
Todos saem de lá furiosos e comentando sobre isso.
Cena 07 – MORRO DO ALEMÃO
Saindo do bar dos Tonhós, Simone e Renata vão em direção a seus carros.
SIMONE – Nossa, já está escurecendo.
RENATA – Pois é. Passou rápido hoje.
As meninas são interrompidas por um grupo de meninos.
MENINOS – E aí, mocinha. Dá tudo pra nois.
SIMONE – Que? Tomem jeito.
MENINOS – Estamos falando sério.
Um deles mostra uma faca.
RENATA – Acho melhor passar.
Fernando passando lá por perto, vê a cena e corre para expulsar os meninos.
FERNANDO – Ei vocês ai, deixa as mocinhas em paz.
Um dos meninos, antes de sair, dá uma facada na barriga de Simone, que cai ensanguentada no chão.
RENATA (desesperada) – Simoooooooooooone.............. Socorro. Alguém ajuda aqui.
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